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Infográfico – A Malha Ferroviária Brasileira – Parte 1

O histórico da malha ferroviária brasileira é, no mínimo, irônico. Para que você tenha uma ideia, dos mais de 29 mil quilômetros de ferrovia que existem, cerca de 10 mil foram construídos pelo imperador Dom Pedro II no século passado.

Ou seja, nossa infraestrutura segue uma lógica que não serve de forma alguma para as nossas necessidades. Atualmente, temos tantos percursos de trilhos quanto o Japão, cujo território é do tamanho do estado de São Paulo.

No entanto, nosso país é privilegiado por vastas dimensões continentais e ricas bacias hidrográficas — que sugerem um grande potencial para o desenvolvimento de hidrovias e ferrovias. Então, o que está acontecendo?

Entenda a importância da malha ferroviária brasileira

As ferrovias são recursos fundamentais no escoamento de minério e soja — as duas principais commodities do país. Em 2015, o IBGE divulgou o mapa mural “Logística dos Transportes no Brasil”. O estudo revelou que 61,1% da carga transportada pelo país usa o modal rodoviário, ao passo que somente 21% utiliza a malha ferroviária.

Nos Estados Unidos, o transporte ferroviário representa 50% do total de cargas transportadas. De acordo com a Agência Nacional de Transporte Ferroviário, a comparação com os EUA é interessante por conta da extensão territorial semelhante.

Se esses números fossem invertidos, teríamos uma infraestrutura decente para a expansão das atividades logísticas. Os custos seriam bem menores que os gastos com condução aérea ou terrestre. Assim, poderíamos deslocar muito mais cargas e passageiros.

Empresas do mundo inteiro planejariam, investiriam e realizariam seus projetos, pois elas se beneficiariam da facilidade de se aproximar de diversas cidades. Certamente, haveria novas oportunidades de emprego com a execução de obras. Todos ganhariam com o desenvolvimento econômico e o aumento da qualidade de vida da população.

Conheça os principais desafios

A nossa malha ferroviária atual está em condições precárias, sucateada e esquecida tanto pelo Governo Federal quanto pelas empresas privadas que não investem no setor de transportes. Acontece que esse não é um problema recente.

Tudo começou na década de 50, quando uma decisão política priorizou a expansão das rodovias em detrimento das ferrovias. O predomínio da primeira causou um impacto negativo para as operações logísticas, pois isso deixou o transporte de cargas mais caro, principalmente para grandes volumes e longos percursos.

Enquanto uma carreta leva até 30 toneladas, um trem transporta 3 mil. A ferrovia é 20% mais barata que as estradas, principalmente em distâncias acima de 600 quilômetros.

Além disso, faltam equipamentos como trens ligando as maiores cidades entre si e linhas de turismo que explorem todas as nossas belezas naturais. A ausência de investimento no setor resultou na falta de uma malha ferroviária com interligações efetivas.

Isso é prejudicial para empreendedores que desejam oferecer mais agilidade no sistema de entrega das mercadorias. Afinal, as opções para a movimentação e escoamento dos produtos para o exterior são poucas e os custos das atividades produtivas são muito altos.

Confira possíveis soluções para atender à demanda do país

Para uma mudança significativa, capaz de aumentar a competitividade do produtor nacional, investimentos de grande porte são necessários. Segundo levantamento da CNI, o país precisa de mais de R$ 55 bilhões para a reforma e a construção de novas ferrovias.

A responsabilidade de investir na implantação dessa infraestrutura e melhorar o sistema atual era apenas do Governo Federal. Agora, é uma missão também das empresas privadas. Antes das privatizações, o setor público registrava prejuízos de R$ 1 bilhão por ano.

Com a privatização, o Governo estimulou a arrecadação de tributos. Em consequência disso, houve um pequeno avanço, mas, ainda assim, os índices de produtividade ainda são extremamente baixos.

Apesar dos valores exorbitantes que seriam necessários para uma obra dessa natureza, é importante que os envolvidos considerem o fato de que esses recursos podem retornar com a economia proporcionada pelo tipo de transporte.

Convém lembrar também que o custo do transporte rodoviário é muito maior se levarmos em conta a instalação de policiamentos, as emergências em casos de acidentes e as despesas com congestionamentos.

O Programa de Investimentos em Logística (PIL) busca solucionar o impasse, mas esbarra em desafios como a burocracia e a escassez de recursos no período de crise econômica. Confira o nosso infográfico que apresenta o cenário do transporte ferroviário nacional.

Investir na malha ferroviária brasileira significa descentralizar e aliviar o sobrepeso dos transportes aéreo e rodoviário de cargas e pessoas, mais economia no sistema logístico e um incentivo a mais para novos investidores.

Para continuar aprendendo sobre o assunto, confira o nosso artigo “Infraestrutura logística brasileira: o que precisa melhorar“.

Confira o infográfico!

Para ver a parte 2, clique aqui.

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