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Frete brasileiro tem 14,1% de defasagem no preço

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) realizou uma pesquisa com mais de 250 empresas de transporte no Brasil e encontrou um resultado importante. Foi averiguado uma diferença de 14,11% entre os preços de frete em relação aos seus custos.

Segundo a pesquisa, a diferença é proveniente da inflação dos insumos que compõe o valor do frete, principalmente o valor dos combustíveis, que aumentaram na faixa de 13,49% no ano. Outro problema é defasagem que o frete tem acumulado nos últimos anos. Ainda deve-se considerar a falta de mão-de-obra qualificada. O mercado registra uma falta de 106 mil motoristas.

O estudo mostra que parte do mercado entendeu as necessidades de reajuste de preços relacionados ao frete, mas isso ainda não foi colocado em prática em grande escala. Como consequência disso, as empresas de transporte têm encontrado dificuldades para conseguir a recuperação de suas margens de lucro e manter a saúde de suas finanças.

A lista de dificuldades não é pequena. O estudo mostra que as transportadoras não tem considerado custos e serviços adicionais que influenciam no desempenho da entrega (e de seu valor), como o alto tempo de espera para carga e descarga (TDE), custos causados pelas restrições à circulação de caminhões, serviços de paletização, planos de gerenciamento de ricos, entre outros.

Além dos aumentos de custos, as transportadoras têm encontrado várias outras dificuldades. Medidas recentes, como restrições de circulação de veículos nos centros urbanos, barreiras fiscais e questões trabalhistas, como os protestos dos caminhoneiros no início do ano. O roubo de cargas, que tem se crescido pelo país, é outro problema sério para o setor.

Esse perigo tem exigido maiores investimentos de segurança para as operadoras logísticas, em serviços especiais, como veículos blindagem e uso de diferentes tipos de escoltas para proteção da carga.

O peso dos combustíveis

A defasagem do frete é calculada com base no estudo realizado pelo DECOPE sobre a variação média INCT-F e INCT-L (Índice Nacional do Custo do Transporte de Carga – Fracionada e Lotação) no acumulado dos últimos meses.

O valor do diesel sofreu dois reajustes desde o final do ano passado (em novembro e em fevereiro). Recentemente, o Governo anuncinciou um aumento em R$ 0,22 por litro para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel nas refinarias. No entanto, ainda há outros fatores que apontam um impacto ainda maior.

Os aumentos, somados aos demais impostos incidentes, como o ICMS e margem do posto, podem chegar a R$ 0,35 para a gasolina e R$ 0,22 para o diesel. Em estudos realizados pelo DECOPE/NTC, com retorno da CIDE e do PIS/COFINS, estima-se um aumento de 8,08% nos preços de bomba.

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