A maior reserva de água doce do mundo. A maior bacia hidrográfica do planeta, do rio Amazonas. O quarto maior potencial hidroviário do mundo, com 50 mil quilômetros de rios navegáveis. Isso sem contar na costa navegável de 7,5 mil km de extensão com mais de 30 portos instalados.
Ainda assim, o país tem grandes dificuldades de logística, com baixo aproveitamento do potencial hidroviário. Além de contribuir para o crônico gargalo logístico do país, esse cenário gera prejuízos socioeconômicos, encarecendo a produção e reduzindo a competitividade dos produtos e empresas brasileiras.
O país já teve a maior frota de cabotagem do mundo que, apesar do otimismo do setor para o ano, ainda é subutilizada. Algumas pesquisas apontam que a melhor utilização da riqueza hidrográfica do país poderia tornar os custos de transporte do país até 50% inferiores aos atuais. Isso sem considerar os ganhos em segurança, benefícios socioambientais e versatilidade logística.
Segundo dados do Banco Mundial, o potencial hidroviário do Brasil é menor somente que o de China e Rússia (os dois maiores países do mundo), além da União Europeia. No entanto, o país utiliza apenas 28% deste potencial, com 14 mil quilômetros de hidrovias. Os Estados Unidos têm um potencial menor (41 mil quilômetros), porém usa toda sua capacidade regularmente.
Com investimentos na construção de hidrovias e incentivos à cabotagem, o país adicionaria muito valor à sua estrutura logística e geraria benefícios ao Custo Brasil. Um planejamento intermodal, ligando essas estruturas a ferrovias e rodovias, pode trazer uma revolução na economia nacional, com uma produção mais competitiva, possibilitando maiores exportações, gerando emprego, receita e a retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
O transporte pela água ainda contribui para um desenvolvimento sustentável. Pesquisas apontam que o modal hidroviário apresenta uma eficiência energética 29 vezes superior, um consumo de combustível 19 vezes menor, e uma emissão de gases poluentes seis vezes inferior ao modal rodoviário.
Segundo a Departamenteo Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), apenas 11% das rodovias brasileiras são asfaltadas. O modal rodoviário custa três vezes e meia mais que o ferroviário e nove vezes mais que o fluvial.
Além da contribuição para a eficiência logística, o modal hidroviário melhora a qualidade do ar com a menor emissão de gás carbônico e reduz o número de congestionamentos e acidentes.
A matriz de transportes brasileira é liderada pelo modal rodoviário, que representa 65,6% do total. O ferroviário tem ferroviário 19,5%, a cabotagem 9,6%, o dutoviário 3,4% e o hidroviário apenas 1,8%.
Os gargalos logísticos são um dos principais entraves da economia nacional, afetando a produção agrícola, industrial e comercial no país. Apenas na agricultura, cerca de 50% de nossa produção é escoada nas rodovias. O prejuízo dos produtores de todo o Brasil por conta da ineficiência logística chega a bilhões. Além das perdas serem significativas para a economia brasileira, elas têm crescido ano após ano.
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