Os contêineres são parte central da logística do transporte de cargas no mundo. Utilizados em embarcações aquáticas, eles transportam anualmente bilhões de toneladas de cargas pelo mundo.
No entanto, a utilização dos contêineres ultrapassa a barreira da logística e já adentra o segmento imobiliário. O El Faro Beach Hotel, na Costa Rica, já tinha sido pioneiro ao ter todos seus quartos formados por TEUs (contêineres com Unidades Equivalentes a Vinte Pés).
Outro exemplo é a SuperSkyCrapers, instituição que promove concursos na área de arquitetura e design urbano, que propôs um desafio para promover soluções de falta de moradia em regiões superpovoadas, mais especificamente da região de Dhavari Slum, em Mumbai, na Índia.
A competição tem um outro pré-requisito principal: todas as propostas tinham que utilizar contêineres em sua estrutura.
E os resultados mostraram conceitos surpreendentes de arquitetura e engenharia. A CRG Architecural Consultants, propôs “uma solução temporária e digna seria feita e apresentada aos residentes da cidade indiana”. O projeto da empresa contemplou dois edifícios, um com 400 m e outro com 200 m de altura, ambos totalmente construídos por contêineres com capacidade para cinco mil pessoas.
A vencedora do concurso, Ganti & Associates, teve uma abordagem diferente. A proposta foi utilizar, em cada bloco habitacional, até 10 TEUs como estrutura de apoio, sem precisar de outros materiais de apoio.
Essa proposta foi a vencedora já que, segundo o júri, atendeu aos quesitos de sustentabilidade, circulação harmoniosa dos moradores, uso racional de energia e a criação de um ambiente bem iluminado e ventilado. “Gostamos da configuração limpa de um projeto que poderia ser repetido e adaptado para a criação de um distrito, o que evitaria a formação de uma nova favela”, afirmaram os jurados.
Futuro
Projetos do tipo têm seu valor principalmente por proporem soluções economicamente viáveis para problemas sociais. Ao mesmo tempo que um elemento da atividade logística foi inspiração para possíveis melhoras das condições habitacionais, tecnologias de outros segmentos – como a mobile – são implementadas em certos setores logísticos.
Na apresentação da CRG, 60% das áreas superpovoadas serão as grandes cidades até o ano de 2030. Então, morar em empreendimentos feitos de contêineres pode não ser um futuro tão alternativo assim.
Quer saber mais sobre o futuro do mercado logístico? Veja nosso post sobre as 5 tendências em logística para 2017.