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Cuidado com o frete grátis

Enquanto a maior parte de economia brasileira enfrenta grandes resistência para crescer (ou apenas se manter), o e-commerce se encontra em um oásis no deserto da crise. O mercado do comércio eletrônico cresce em média 22% por ano desde 2011 e cresceu 15% no ano passado, que registrou números ruins para todo o varejo. Mas então porque o frete grátis é um problema? Divagamos!

Uma reportagem da Exame apontou que mesmo com as altas no faturamento e seguidos recordes na Black Friday, as principais empresas de e-commerce no Brasil operam no vermelho. Segundo a matéria, a B2W, que opera Submarino, Americanas e Shoptime, domina 26% do mercado brasileiro e não tem fecha um ano com lucro desde 2010.

A Cnova (Casas Bahia, Extra e Ponto Frio) tem a segunda maior fatia do mercado e também tem registrado prejuízos. Esses anos sucessivos com resultados negativos se justificam nos altos investimentos em logística com novos centros de distribuição e na expectativa que o futuro do varejo online brasileiro será ainda maior.

E nesse mercado super competitivo, o frete grátis se torna um grande diferencial para os consumidores. Para quem tem o costume de comprar online, isso é comum: simulação de compras em diferentes lojas e, quando os preços são iguais, o valor do frete pode definir a compra. Ainda é muito comum não cobrar pelo frete para garantir o benefício ao consumidor.

A queda do desempenho econômico colocou a estratégia em cheque: de junho de 2013 até o final de 2015, o percentual de frete gratuito do total das entregas caiu de 62% para 39%. A expectativa é que o número continue em queda. Afinal, toda uma cadeia de distribuição tem custos e é impraticável para as empresas absorver todo esse valor ano após ano.

O custo logístico das lojas on-line representa de 5% a 10% do faturamento. Os consumidores gastaram cerca de R$ 660 milhões em frete no primeiro semestre do ano passado, alta de 21% em relação ao mesmo período de 2014. Em média, o consumidor paga R$ 23,68 pela entrega.

Estratégias de frete

Apesar de muitas lojas ainda trabalharem rotineiramente com o frete gratuito, isso não é mais regra. Então é importante oferecer diferentes opções para o consumidor sentir que tem alternativas com custos atrativos.

Dessa forma, cria-se a perspectiva do frete como algo gerador de valor agregado. “A entrega no mesmo dia custa o mesmo que o estacionamento de um shopping center numa grande capital”, afirma Graciela Tanaka, diretora de operações da Netshoes. Desde 2012, os custos das entregas da Netshoes caíram cerca de 50%.

Confira algumas opções de frete utilizada por lojas on-line:

Entrega agendada

O consumidor paga um valor normalmente mais caro para receber o produto com hora e data marcada. É necessária uma transportadora com expertise na prática.

Entrega expressa

Por um valor mais elevado, o consumidor paga para receber o produto no dia seguinte, ou até no mesmo dia. Essa opção normalmente é exclusiva para as principais capitais.

Entrega comum

Essa opção oferece entrega em até quatro dias úteis para os principais centros urbanos por um preço mais baixo que o frete expresso.

Frete grátis

Sim, muitos consumidores ainda se recusarão a pagar pelo frete. Então é interessante ter uma opção grátis, que normalmente terá um prazo de entrega mais longo.

Retirada na loja física

Uma outra opção, exclusiva para as empresas que também trabalham com ponto de venda é a retirada na loja física. Dessa forma, elas eliminam a última milha, um dos principais custos de todo fluxo logístico.


Opções para lojas menores

A mudança em relação ao frete grátis aproxima as grandes empresas do e-commerce com as de menor porte. Essas, normalmente, não contam com uma estrutura que permitem realizar a entrega gratuita de forma corriqueira.

Ainda assim, há várias opções disponíveis para lojistas e consumidores.

Correios

Por mais polêmico que possa ser, os Correios têm uma credibilidade a zelar, oferecendo várias formas diferentes de frete, seguro, além do e-Sedex, serviço de entrega rápida voltada para o e-commerce. Os Correios têm alcance nacional, o que é uma grande vantagem em relação a muitas transportadoras.

Os Correios ainda contam com uma ferramenta de integração da loja on-line, realizando cálculo automático do valor a partir do CEP. Por meio de contrato, é possível definir valores mais em conta, o que gera benefícios tanto para o e-commerce como para os consumidores.

Transportadoras

Além de oferecer competição, o que é sempre positivo, ao serviço dos Correios, as transportadoras podem atender necessidades específicas da sua empresa. A empresa pública não transporta, por exemplo, produtos acima de 15 kg.

Procure empresas com boa reputação. Não se esqueça de que a atuação delas deve abranger as regiões onde estão sua maior base de consumidores. Integração com o sistema de sua loja on-line é um facilitador importante. E claro, as transportadoras nunca entram de greve, um problema comum, principalmente ao trabalhar exclusivamente com os Correios.

É importante manter em mente que, independente do porte da empresa, o frete é, mais que um custo, um complemento do serviço prestado ao consumidor. Num mundo onde o frete grátis é cada vez menos viável, aqueles que conseguirem soluções eficientes e com valores atraentes terão uma grande vantagem competitiva.

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