Com um cenário de crise econômica, exaltada pela alta dos combustíveis, os empresários da cabotagem têm boas expectativas para o setor em 2015. A previsão acontece ao mesmo tempo que a navegação de longo curso espera um ano difícil.
A expectativa da cabotagem deriva da busca por custos menores ao modal rodoviário, o mais utilizado no país. Com a forte alta dos combustíveis e a crescente rigidez do controle do setor, com a aprovação da Lei dos Caminhoneiros, os empresários estão buscando formas alternativas mais baratas para o transporte de cargas.
Esse contexto torna a cabotagem uma forma de logística mais atrativa. O modal já oferece custos inferiores, menos problemas de segurança, gera menos avarias e emissões de poluentes. O desafio é tirar o mercado da conveniência do modal rodoviário, que gera operações mais simples, levando os produtos do fornecedor diretamente ao ponto final.
Com a desaceleração econômica, as empresas procuram não apenas diminuir os gastos, mas também buscam reavaliar todas suas operações, incluindo, dessa forma, a logística. Essa avaliação que beneficiaria o setor.
“Acho que o modal não está mais na infância. Agora, vamos partir para os médios e pequenos clientes, que também podem ter muitas vantagens com a substituição do caminhão pelo navio”, explica Julian Thomas, diretor-superintendente da Aliança Navegação e Logística. O Brasil cota com nove serviços costeiros consolidados, uma oferta maior que nos Estados Unidos.
A Aliança, por exemplo, se preparou com grandes investimentos na atividade. Nos últimos três anos foram R$ 700 milhões gastos em seis novos porta-contêineres com maior capacidade de carga.
Apesar do cenário positivos, a cabotagem poderia ser ainda mais barata. Os pontos que impedem que o modal seja ainda mais atrativo são a burocracia na zona primária, alta do preço internacional do combustível e os custos associados ao transporte rodoviário, que ainda representariam uma perna final do transporte via costa marítima.