A Confederação Nacional do Transporte divulgou no final de maio o primeiro Anuário CNT do Transporte. O documento disponibiliza informações sobre os principais modais de transporte no Brasil – rodoviário, ferroviário, aquaviário e aeroviário. Os dados abrangem tanto o transporte de passageiros como o de cargas.
A Anuário CNT do Transporte reúne estatística acerca da movimentação, infraestrutura, produção e frota de veículos do setor em mais de 800 tabelas disponíveis no site do relatório.
Com o Anuário, o CNT visa inovar a forma de disponibilizar os dados sobre a conjuntura e a estrutura nacional. “Ao consolidar este grande volume de dados do setor, o Anuário permite uma maior agilidade na execução de pesquisas, estudos e análises necessários para a promoção do desenvolvimento do transporte brasileiro”, destaca Clésio Andrade, presidente da instituição.
Alta no transporte aéreo
Um dos grandes destaques dos dados consolidados foi o crescimento do transporte aéreo internacional de cargas. A atividade, com origem ou destino no Brasil, cresceu 72,1% nos últimos 11 anos.
Os dados mostram como o transporte aéreo ganhou expressividade no cenário logístico do país. Em 2004, o país movimentava 460,2 milhões de toneladas por meio das aeronaves, enquanto em 2014 o número chegou a 792,3 milhões.
A maior parte do transporte aéreo (78%) ainda é realizado por empresas internacionais. As operadoras brasileiras foram responsáveis por 174,2 milhões deste total.
O país também registrou um crescimento da carga paga de 50,3%. Em 2004 as empresas nacionais movimentaram 273,2 milhões de toneladas, em 2014, foram 410,5 milhões de toneladas.
Transporte ferroviário de cagas
Apesar de não ter chegado no estado ideal que a economia e as dimensões do país exigem, o transporte ferroviário brasileiro teve um crescimento importante. Entre 2006 e 2015, a movimentação de cargas pelo modal aumentou 39,2%.
Em 2006, foram transportados 238,3 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil) pelas ferrovias brasileiras. Já em 2015, foram 331,7 bilhões de TKU.
Terminais portuários de uso privado em destaque
Os Terminais de Uso Privado (TUP) tiveram em 2015 quase o dobro da movimentação de cargas dos portos organizados. Foram 656,4 milhões de toneladas nos portos privados contra 351,1 milhões nos públicos.
A trajetória dos TUPs é mais positiva. Os terminais cresceram 5,9% em relação a 2014, enquanto os portos organizados estiveram mais próximos da estabilidade, com alta de 0,7% no volume de cargas.
Os portos com melhor desempenho no país em 2015 foram Santos (SP), com 101,6 milhões de toneladas de cargas; Itaguaí (RS), com 57,3 milhões; Paranaguá (PR), com 41,1 milhões; Rio Grande (RS), com 22,9 milhões; e Itaqui (MA), com 21,8 milhões de toneladas.
Mesmo com a crise, o setor aquaviário manteve um crescimento significativo, chegando à marca de 1,0 bilhão de toneladas de cargas transportadas em 2015. O crescimento, comparado a 2010 – ano que registrou 840,3 milhões de toneladas de cargas pelos portos brasileiros – foi de quase 20%.