Galpão cross-docking: como usá-lo para otimizar seu armazenamento?

Você sabe o que é galpão cross-docking e como ele funciona? Não? Então chegou o momento de conhecer melhor essa ferramenta que é importantíssima para a otimização do seu armazenamento.

Esse tipo de estratégia logística já vem sendo muito utilizada pelo mercado, principalmente pelas empresas de e-commerce. Também é muito indicada para companhias em crescimento, que necessitam de mais espaço para realizar a sua estocagem.

Neste post, explicaremos o que é o cross-docking e as suas funcionalidades. Ficou interessado no assunto? Continue a leitura até o fim e entenda mais sobre ele.

O que é galpão cross-docking?

O galpão cross-docking é definido como uma estratégia da logística para a distribuição de materiais, os quais serão recebidos por um armazém ou centro de distribuição (CD) e, o mais rápido possível, serão redistribuídos para que, enfim, sejam entregues ao seu consumidor final.

É nos galpões de cross-docking que acontecem as transferências de cargas ou, como o próprio nome diz, o “cruzamento de docas”.

Essa metodologia consiste na transferência ou movimentação dos produtos da etapa de recebimento diretamente para a expedição, eliminando algumas fases do processo de armazenagem — com o seu prazo em estoque limitado ou, se possível, zero.

Desse modo, os gestores dos CDs concentram seus esforços no fluxo das mercadorias e não em sua armazenagem. Por essa razão, essa estratégia também é conhecida como flow through — distribuição em fluxo.

Como funciona esse sistema?

O princípio básico do cross-docking é o roteamento dos produtos que chegam dos fornecedores e vão direto para os consumidores, sem a necessidade de estocagem. Para facilitar o entendimento sobre o seu funcionamento, vamos a um exemplo.

Consideremos a operação de uma rede de lojas de departamentos com 30 filiais instaladas em shoppings. Adicionemos, ainda, que existam seis tipos de produtos, cada um com seu fornecedor exclusivo: roupas, sapatos, eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e suvenires.

Desse modo, seis veículos, cada um de um fornecedor, chegam ao galpão pelo lado da entrada. Trinta caminhões entram pelo lado da saída. Os produtos, ao passo que são retirados dos veículos dos fornecedores, são encaminhados, ou seja, roteados, para os caminhões que levarão os produtos para as lojas, na quantidade exata para cada cliente. Essa operação demanda um curto prazo e dispensa qualquer estocagem.

Quais são os tipos de cross-docking?

Agora que você já entendeu como funciona a estratégia, é importante conhecer os tipos de cross-docking. Basicamente, ele é dividido em 3 formas, cada modelo apresentando características específicas durante a operação.

Conheça, abaixo, as diferenças dos tipos de cross-docking.

Movimentação contínua

A movimentação contínua é o modelo mais tradicional de cross-docking, também é o tipo mais utilizado por empresas e-commerce. Aqui, o principal objetivo é diminuir a próximo de zero a quantidade de produtos no estoque.

A operação começa com o recebimento das mercadorias no Centro de Distribuição da empresa. Em seguida, é realizada uma rápida conferência a fim de confirmar o bom estado de todos os produtos. Logo depois, dentro do menor tempo possível, os itens são enviados para os clientes.

Movimentação consolidada

Também conhecido como movimentação híbrida, esse tipo de cross-docking já abraça o conceito de entrega rápida para o consumidor final. Além disso, na movimentação consolidada, a atividade de armazenagem é aplicada sem grandes dificuldades.

Na prática, quando as mercadorias são recebidas, acontece uma separação por parte da equipe de trabalho. Uma quantidade pré-determinada é enviada diretamente para o cliente final, enquanto a outra metade da carga é colocada em estoque até formar o volume ideal para ser entregue.

Em razão dessa mistura de cross-docking, o modelo é conhecido como híbrido. A ideia é tanto dinamizar a entrega para os clientes quanto permitir que a empresa conte com o armazenamento de produtos de alto giro, diminuindo as chances de ruptura.

Movimento de distribuição

Diferentemente dos outros modelos apresentados, o movimento de distribuição não é muito indicado em transações que envolvam o cliente final, mas sim em operações B2B (Business to Business) — empresa para empresa.

Esse tipo de cross-docking contempla a movimentação de grandes cargas, volumes comuns em negociações entre instituições. O início do processo é parecido com outros, com a carga sendo recebida no Centro de Distribuição, conferida e devidamente separada de acordo com os pedidos dos clientes.

A grande diferença aqui é que, devido ao elevado volume, as mercadorias são colocadas em Full Truckload (Caminhão Cheio, em português) para serem entregues aos seus destinos.

Níveis de cross-docking

Além dos tipos de cross-docking, existem os níveis de operação. Aqui a classificação também é definida em 3 modos diferentes. A questão é que os níveis podem ser implementados em todos os modelos, dependendo da necessidade de cada empresa. Entenda:

Cross-docking paletizado

É o nível 1 e menos trabalhado. No cross-docking paletizado, as mercadorias chegam em paletes e são realocadas diretamente em outros veículos sem nenhuma preparação.

Cross-docking com separação

No cross-docking com separação já há um trabalho de maior organização antes de enviar os produtos para outros destinos. A equipe desfaz os paletes e coloca os itens em caixas ou lotes separados para arrumar no caminhão.

Cross-docking com separação e re-embalagem

No terceiro nível, o trabalho é completo. Ao chegar ao galpão, as mercadorias são separadas e re-embaladas antes de serem enviadas para os respectivos clientes.

Como o cross-docking otimiza a estratégia de armazenamento?

Esse sistema vai ao encontro da redução de custos, por meio da diminuição das operações de movimentação e redução dos níveis de estoque, e trabalha com pedidos de ordens dos clientes em quantidades mínimas, sendo entregues com maior frequência e buscando a qualidade e satisfação do cliente. As vantagens são benéficas tanto para os clientes quanto para os fornecedores. Entre elas, destacam-se:

  • redução no tempo e custo de processos;
  • redução de riscos e erros de gerenciamento;
  • redução do nível de estoque;
  • redução da complexidade das entregas ao cliente;
  • aumento da disponibilidade do produto.

Como implementar os tipos de cross-docking?

Como explicado, o cross-docking é uma estratégia de otimização, que visa diminuir os custos da empresa e qualificar os serviços de entrega para os clientes. Porém, para extrair todas as vantagens apresentadas, é importante seguir alguns passos, além de alinhar ações e esforços de todos os participantes da cadeia de suprimentos.

Existem várias ações que você deve considerar para obter uma implementação segura e rentável, entre as principais, destacamos:

  • analisar o aluguel de galpão ou centro de distribuição que atenda as suas necessidades;
  • cuidar do relacionamento e da comunicação com as empresas parceiras;
  • aplicar o modelo mais adequado para o seu negócio;
  • estar preparado para a demanda do seu cliente;
  • saber negociar com seus fornecedores;
  • investir em tecnologia especializada;
  • ter uma equipe bem-treinada.

Agora que você já conhece o potencial do galpão cross-docking para tornar a logística da sua empresa mais eficiente, estude sobre o assunto e avalie utilizar essa estratégia na sua companhia. Implantá-la, porém, não é uma tarefa muito simples, por isso é necessário buscar empresas especializadas que indiquem os tipos de cross-docking adequados, ajudem na implementação e no acompanhamento da estratégia.

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4 Comentários

  1. joao carlos becker disse:

    muito bom

  2. Waldeck Ferreira de Souza disse:

    Excelente Materia.

COMENTÁRIOS

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