Cidades compactas

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Temos acompanhado várias propostas urbanísticas com o conceito de cidades compactas, ou seja, unir verticalização planejada com sustentabilidade.

A otimização dos serviços públicos, juntamente com a redução da pressão sobre as áreas de vegetação natural caracterizam essas propostas, valorizando espaços de “respiro”, como praças, parques e percursos verdes, já que concentram um número maior de pessoas em áreas previamente definidas.

O adensamento planejado no conceito das cidades compactas também otimiza a infraestrutura, onde a mesma rede de energia elétrica ou de água, por exemplo, em vez de servir a 10 casas, atenderia, em uma cidade compacta, a um número muito maior de pessoas. O mesmo raciocínio vale para os serviços de educação e saúde, por exemplo. A verticalização reduziria a necessidade de ampliação da rede para regiões cada vez mais distantes. Em um centro urbano adensado, mais pessoas teriam acesso aos mesmos postos de saúde e às mesmas escolas.

Ou seja, áreas verticalizadas, com infraestrutura correta e incentivo ao uso misto (onde as pessoas moram, trabalham e se divertem sem a necessidade de grandes deslocamentos), representam melhorias na qualidade de vida, da mobilidade urbana, bem como melhorias no uso dos serviços e recursos públicos, que ali empregados, podem atender a mais pessoas e de forma mais racional.

Taxas de ocupações reduzidas potencializam esse conceito, principalmente nas edificações que, juntamente a afastamentos mais generosos, áreas mínimas de terrenos para implantações com maiores metragens e testadas mínimas também com medidas amplas, valorização a ventilação e iluminação naturais.

Pensar a verticalização dessa maneira é uma visão extremamente coerente e positiva, mas é uma realidade que se torna possível apenas com um correto planejamento e a compreensão de todos os envolvidos – setor público e privado e sociedade civil.

Arquiteto e Urbanista há 25 anos, Bernardo dos Mares Guia Farkasvölgyi é diretor geral da FarKasVölGyi Arquitetura. O escritório surgiu a partir da realização de um projeto que acabou por se tornar um marco: a sede da Usiminas em Belo Horizonte. Com um portfólio formado por mais de 900 projetos e aproximadamente 9 milhões de metros quadrados construídos no Brasil e no exterior, o escritório é reconhecido pela contemporaneidade dos seus projetos e com premiações como o Property Awards e Hotel Awards. Arquitetar projetos coerentes com as necessidades dos clientes e com o contexto urbano, capazes de contaminar positivamente o seu entorno e melhorar as relações entre as pessoas e a cidade é o que Bernardo chama de “fazer arquitetura”.

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