Desafios de megaobras de Dilma

Um dos principais desafios do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff é a finalização das três grandes megaobras consideradas vitais para a economia brasileira: a conclusão da transposição do Rio São Francisco, a finalização da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará; e a ferrovia Norte-Sul, considerada espinha dorsal para o sistema ferroviários do país.

A transposição do Rio São Francisco e ao menos 62% da ferrovia Norte-Sul devem estar completos até o final de 2015. Já Belo Monte deve estar operando pelo menos uma de suas turbinas até o mês de fevereiro.

As megaobras fazem parte do plano Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em 2007 por Dilma, então ministra da Casa Civil.

Com objetivo de levar água a 12 milhões de pessoas no interior do Nordeste, a transposição do São Francisco foi iniciada em 2007 e já gastou R$ 4,5 bilhões. Com problemas de projeto, as obras de fato foram iniciadas em 2011, e terá custos adicionais de R$ 3,7 bi até sua conclusão, prevista para 31 de dezembro de 2015.

Belo Monte é a mais cara das megaobras, orçada em R$ 25,9 bi e R$ 13,9 bi já investidos. A primeira das 24 turbinas da usina já tem data para começar suas operações, 20 de fevereiro de 2005. A usina tem capacidade de produção de 11.233 Megawatts. A obra teve uma série de críticas ambientais e sociais, como resistência das comunidades ribeirinhas e indígenas. A previsão é que em janeiro 33% da usina ainda esteja em obras.

A ferrovia Norte-Sul tem o objetivo de interligar os dois extremos do país, passando por nove estados, e diminuindo os custos de logística. O trecho da fase de estudos (de 1.941 km) carece de “inteligência técnica”, segundo análise da Aneinfra.

Segundo análises, o projeto técnico ainda não é atraente para o interesse da iniciativa privada, que participaria via concessões públicas. Esse é uma outra preocupação dos analistas e investidores. Como parte dos investimentos provém do setor privado, é necessário que a política de concessões crie negócios viáveis para as empresas.