Os resultados da indústria brasileira de veículos não foram nada animadores no último mês de agosto e mostram a produção nacional de veículos em queda em relação ao mesmo período de 2013. A queda foi de 22,4% na produção, segundo a Anfavea, associação que representa o setor no país. Quais seriam os motivos que justificam essa queda tão elevada?
Antes de identificar as causas possíveis desse desempenho tão ruim, vale atentar para os números divulgados, considerando o período de janeiro a agosto de 2014. Nesse primeiro semestre a produção chegou a 2,1 milhões de veículos, representando um recuo de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas no mês de agosto caíram 17,2% em relação a agosto de 2013. Sim, os números não são nada animadores.
Segundo especialistas, o motivo que estaria por trás da queda na produção nacional dos veículos estaria ligado aos bancos. O que acontece é que eles estão mais seletivos na aprovação de financiamentos, o que ajuda a criar esse cenário.
Outro dado considerado diz respeito ao endividamento das famílias brasileiras que, de modo geral, aumentou em 2014 dificultando a compra de veículos, já que a renda está comprometida.
O salário dos brasileiros também está estagnado, aumentando a precaução do trabalhador. E como se não bastasse, a Argentina, um dos maiores compradores de veículos produzidos no Brasil, enfrenta uma grave recessão, impactando enormemente na exportação de veículos nacionais.
A queda também afetou os trabalhadores do setor e o resultado em agosto foi de 148.892 empregados na indústria, contra 150.295 em julho. Com isso, foi registrado o pior resultado desde maio de 2012.
O que esperar do segundo semestre?
Para quem teme um segundo semestre semelhante ao primeiro, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, acredita que será bem melhor que o primeiro. Para ele, a reação da rede bancária à facilitação do crédito só foi sentida na última semana de agosto e parece ser uma tendência que deverá ajudar a indústria daqui para frente.
Naturalmente, a recuperação do setor e o aumento da produção nacional de veículos, assim como das exportações, garante o fortalecimento do setor, a geração de empregos e o crescimento da economia. Resta esperar para ver.