Mesmo com a tentativa de acordo do governo com os caminhoneiros (25/02), a categoria manteve na última semana diversos pontos de rodovias federais paradas. Somente no Rio Grande do Sul, haviam 27 trechos interditados nas BRs-101, 116, 158, 285, 386, 392, 468, 470 e 272 na quinta-feira (26). Em Santa Catarina, outros 11 pontos de rodovias foram bloqueados por manifestantes.
As atividades no sul têm sofrido impacto com a redução das operações logísticas. Na terça-feira (25), o porto de Paranaguá recebeu apenas 67 dos 925 caminhões esperados, prejudicando o escoamento da soja. No Paraná e em Santa Catarina, a JBS paralisou as unidades de produção e aves e suínos pela interrupção no fornecimento de grãos para alimentação dos animais.
Algumas unidades da Brasil Foods, por exemplo, interromperam os abates devido à paralização logística, tanto no abastecimento de grãos para alimentação, combustível e embalagens, como no escoamento da carne. A empresa ainda não afastou a possibilidade de ocorrência de problemas sanitários na produção, caso os entraves com os caminhoneiros persistam.
O problema de abastecimento chegou até aos postos de gasolina. Em algumas cidades, como Londrina (PR), postos ficaram sem etanol e gasolina pela alta demanda após boatos de riscos de falta fornecimento.
Acordo com caminhoneiros
O governo apresentou na quarta-feira(25), uma proposta de acordo ao movimento de caminhoneiros. Com a condição do fim dos bloqueios, o governo promete sancionar a Lei dos Caminhoneiros, a prorrogação por 12 meses do pagamento de caminhões por meio do Programa Procaminhoneiro e a negociação conjunta entre caminhoneiros e empresários para criação de uma tabela referencial de frete.
Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência Miguel Rossetto, a Petrobras não irá reajustar o valor do diesel nos próximos seis meses, outra reivindicação da classe.
A Lei dos Caminhoneiros, que altera a regulamentação da profissão e foi aprovada pelo Congresso, vai beneficiar os caminhoneiros e vai ser sancionada integralmente por Dilma, segundo o ministro.