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MercadoLivre expande estrutura logística

O MercadoLivre se estabeleceu como uma das principais empresas do e-commerce da América Latina. A empresa impulsionou as vendas online de pessoas físicas no continente, abrangendo também o modelo de leilão estabelecido pelo eBay, um dos principais acionistas do MercadoLivre. Agora, a empresa começa a expandir sua estrutura logística.

Fundado em 1999, na Argentina, a plataforma chegou no mesmo ano ao Brasil, México e Uruguai. Desde então, o Mercado Livre foi lançado em outros oito países do continente e chegou a Portugal em 2010.

Após inúmeras aquisições e iniciativas que otimizaram a atuação da empresa, como o Mercado Pago (2004) e o Mercado Livre Envios (2013), a empresa voltou às compras. Dessa vez, a aquisição foi da parceira Axado, pelo valor de R$ 26 milhões.

Axado

A Axado é uma startup que atua na gestão de fretes para varejistas, executando a precificação e rastreamento das cargas. A empresa integrará o Mercado Envios, responsável pela operação logística do MercadoLivre. A Axado, já parceira do ML, entregou mais de 50 milhões de encomendas e remete 70% das compras realizadas pelo site desde 2013.

Ela é responsável pelas vendas de etiquetas do Mercado Envios, que possibilitam despachar pedidos em qualquer agência dos Correios e o de coleta de produtos de pequenos e médios comerciantes para envio – disponível no momento apenas em São Paulo.

Empresas como Ricardo Eletro, Brastemp e Decathlon utilizam o MercadoLivre para vender seus produtos, mas possuem operações logísticas independentes. A Axado também realiza a integração com as diferentes plataformas.

Segundo Leandro Barroi, diretor do Marcado Envios, a nova aquisição vai melhorar a eficiência logística do grupo. “Juntos, vamos maximizar a presença de lojas oficiais no MercadoLivre e aprimorar nosso sistema interno de gestão de transportes”, destacou em teleconferência com jornalistas.

A Axado conta com mais de 580 transportadoras conectadas ao seu sistema, utilizado por mais de 2.500 e-commerces. “Dentro do Mercado Livre, conseguiremos atingir nosso propósito de revolucionar a logística. Chegaremos a pequenas e médias empresas, um segmento em que antes não conseguíamos entrar”, disse Guilherme Reitz, sócio fundador da startup.

Após a aquisição, os 50 funcionários do Axado serão absorvidos pelo Mercado Livre, mas a empresa continuará atuando de forma independente, com sua atual cartela de clientes.

O Mercado Livre espera aprimorar a experiência do usuário, tanto para compra como para a venda.

Mercado Pago

Apesar de nascer como uma vitrine virtual para os produtos de terceiros, a empresa cresceu e diversificou suas operações para otimizar todo o processo de compra e venda. Esses serviços cresceram para fora do âmbito da plataforma do Mercado Livre.

O Mercado Pago, sistema de pagamentos do grupo, registrou crescimento de três dígitos no faturamento de 2015, cerca de 20% da receita total da empresa. O número de transações cresceu 73,7%, totalizando 80,4 milhões de operações e US$ 5,2 bilhões movimentados.

Além do próprio site, cerca de 150 mil lojas utilizam o Mercado Pago como forma de pagamento.

Mercado Envios

Desde 2013, o Mercado Envios atua em parceria com cinco transportadores, com destaque para os Correios. Os pedidos podem ser despachados em qualquer agência. Em 2015, 1,2 milhão de usuários receberam suas encomendas de mais de 200 mil vendedores por meio do Envios.

O serviço já é responsável pelo envio de 70% das vendas no Brasil no último trimestre. Com o alto volume de entregas, o MercadoLivre consegue negociar fretes atrativos.

O serviço, mesmo que pareça simples, aglomera diversas tecnologias sofisticadas. O código de envio também funciona como rastreio. Ou seja, o cliente recebe atualizações sobre o status da entrega. Assim, o Mercado Envio pode até prever atrasos. Dependendo do atrasado, a empresa devolve o valor do frete para o cliente pelo Mercado Pago.

Sistema ERP

No ano passado, o MercadoLivre comprou a KPL, empresa que desenvolve sistemas ERP, votado para o planejamento de recursos corporativos voltado para a gestão de lojas online. O negócio envolveu investimento inicial de R$ 50 milhões.

O sistema da KPL vai permitir que pequenas e médias empresas tenham controle de caixa e estoque integrado ao MercadoLivre.

Crescimento

O MercadoLivre encerrou o primeiro trimestre de 2016 com receita líquida de US$ 77,5 mi, alta de 13% sobre o mesmo período do ano passado. A alta do faturamento foi possível devido ao aumento de 45,6% no volume de vendas.

O faturamento global do grupo chegou a US$ 157,6 mi, alta de 6,4%. Contudo, o lucro líquido da empresa foi de US$ 30,2 milhões de dólares, queda de 12,6% sobre o primeiro trimestre de 2015.

O MercadoLivre é um dos exemplos de quebras de paradigma que a economia moderna promove. Ainda que seja primariamente uma empresa voltada ao e-commerce, ele oferece serviços financeiros e, como destacamos aqui, logísticos.

Tudo isso sem possuir uma frota de caminhões. Assim como o Uber não é dono de carros ou o Airbnb não possui nenhum imóvel para hospedagem. Independente da forma, une pessoas e democratiza o acesso a bens. Esse é o futuro da logística.

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