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A Copa do Mundo de 2014 e os desafios da Logística

Você com certeza já ouviu um bordão que tomou conta da internet – e também das ruas – que traduz muito bem a preocupação de todos nós com os desafios enfrentados com a infraestrutura brasileira todos os dias. A frase “Só quero ver na Copa!” geralmente é dita em tom de brincadeira, mas a questão é muito, muito séria.

Diante do caos que convivemos em épocas festivas, sejam nas estradas, aeroportos, ruas e estacionamentos, realmente precisamos ficar preocupados. Mas preocupados com o quê, exatamente? O problema é fácil de resolver? Há tempo e dinheiro para tudo isso?

O Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL) já reconhece que o verdadeiro desafio é logístico. Houve um cancelamento de um treino da seleção do Uruguai, por causa de problemas no trajeto até o Centro de Treinamento, que serviu como aprendizado para o Comitê. “Não queremos que isso ocorra de novo… não podemos dar desculpa da chuva de novo. Fazemos um trabalho com a cidade para melhorar o acesso ao local”, disse o diretor-executivo do Comitê, Ricardo Trade.

E não são apenas os estádios que devem atender às normas da FIFA. A instituição exige que aeroportos, portos, rodoviárias, hotéis e todo tipo de transporte de carga e passageiros deve ser adequado para a ocasião, principalmente se tendo em vista a quantidade de pessoas que estarão presentes no país. Mas a questão mais delicada de acordo com especialistas é o deslocamento dos torcedores dentro das cidades, no trajeto até os estádios. Como bem sabemos, o transporte público das grandes cidades é sucateado e insuficiente. É necessário circular bem esses torcedores e permitir que a presença deles também converta em frutos para o turismo e o comércio local. O que nos traz para outra questão, que é o nosso sistema de sinalização urbano e informações turísticas – geralmente nulo na maioria das cidades, e quando encontrado, sofre de problemas de estrutura, quantidade e treinamento de pessoal.

Aliás, ainda dentro das cidades, temos a questão da segurança pública. Pois a relação é verdadeira: mais turistas, mais gente nas ruas, mais dinheiro circulando, e claro, sem controle também temos mais pessoas praticando delitos e espalhando a violência pelas ruas. O turismo nacional está acelerado neste momento, mas também deve estar apreensivo, pois este é o momento e as coisas não podem dar errado. A população clama por segurança há muito tempo, mas já está de certa forma “acostumada”, mas os turistas, não.

Os torcedores e turistas não se locomovem apenas dentro das cidades. Como os jogos acontecerão em várias cidades, aqueles que forem atrás da sua seleção deverão passar por várias cidades, estados e regiões do Brasil. Esbarramos aí nas condições das estradas e aeroportos e toda a infraestrutura que os cerca. Com certeza é outro ponto a ser observado, pois este deslocamento de longas distâncias pode gerar um verdadeiro caos no transporte brasileiro! Isso mesmo, ainda maior que o caos que já conhecemos.

Mais delicada é a questão da qualificação do brasileiro. Estamos prontos para receber os visitantes? Falamos outras línguas para bem receber? Infelizmente, no momento ainda não. Se o mercado interno sofre com a mão de obra desqualificada, imagine o setor de serviços, principalmente a hotelaria. Taxistas, comerciantes, policiais, autoridades e inclusive a própria população precisam se preparar em todos os sentidos para “fazer bonito”, o que, para nós, significa principalmente aproveitar oportunidades. Torcemos para que além de mais uma Taça, o Brasil traga também bons resultados e deixe para os gringos uma boa imagem da nossa terra lá fora. E que reste, para nós, um país melhor depois desse trabalho todo.

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